Se você acompanha nosso blog, recentemente viu por aqui um artigo muito bacana sobre auto sabotagem. Contudo, hoje queremos ampliar essa conversa, pois há diferentes tipos de autossabotagem, e é interessante conhecê-los mais de perto. Apesar de ser muito comum, a autossabotagem, na maioria das vezes, passa despercebida por nós. No entanto, impacta nossa vida de diversas formas, prejudicando relacionamentos e mesmo o trabalho. Entendê-la melhor nos ajuda a identificá-la e, então, buscar a melhora desse padrão de comportamento.
E é para te ajudar nesse processo que trouxemos este tema aqui para o blog, pois acreditamos que beleza vai muito além da questão estética. Ela passa pelos nossos sentimentos, comportamentos e a forma como tudo isso nos atravessa. Siga a leitura e fique por dentro do tema!
O que é autossabotagem
A autossabotagem é um conjunto de ações nossas que prejudicam ou vão de encontro aos nossos objetivos e metas de vida. Dessa maneira, ao invés de agir para alcançar esses objetivos, os dificultamos, criando empecilhos para que eles aconteçam. E isso pode ser feito a partir de pensamentos negativos, que vão “contaminando” nossa mente e impactando em nossas ações.
Qual a origem da autossabotagem
A origem da autossabotagem normalmente está relacionada com nosso núcleo familiar e traumas sofridos na infância ou adolescência. É nesta época que construímos nossa personalidade e comportamentos. E isso acontece com forte influência das referências que recebemos do meio em que vivemos e da sociedade na qual estamos inseridos. E nessa construção, absorvemos um mix tanto de experiências positivas quanto negativas, além de traços de caráter que herdamos de nossos pais ou responsáveis.
Ter uma família não é uma tarefa simples e nem tem uma receita de bolo. Por isso, mesmo que bem-intencionados, nossos pais e familiares próximos podem nos trazer sentimentos ruins como, por exemplo, rejeição, culpa, traição e abandono.
Os 6 tipos de autossabotagem
Dentro da Psicologia, esse fenômeno é bastante estudado. Estes estudos levaram à classificação da autossabotagem, que pode se apresentar de diversas formas. Contudo, há 6 principais tipos de autossabotagem, que são os mais comuns:
1 – Vitimização
Nessa situação a pessoa se coloca no papel de vítima do mundo, da vida, das pessoas. Você conhece alguma pessoa – ou é essa pessoa – que nunca assume a própria culpa quando algo dá errado, sempre buscando um outro culpado que não ela? Esse tipo de pessoa procura justificar seu sofrimento e insucesso, culpando pessoas, situações ou o meio. Normalmente faz isso para conseguir alguma gratificação em troca. Essa gratificação pode ser a atenção das pessoas, tapinhas nas costas, palavras de apoio, facilidades no trabalho, carinho ou até mesmo sentimento de pena.
2 – Negação
Nesse caso, o medo do fracasso é tão grande a paralisador, que a pessoa nega seus desejos e necessidades próprias, para não ter quer atendê-los e, assim, não correr o risco de falhar em algum ponto. Um exemplo é uma pessoa que quer muito uma promoção no emprego, mas ao invés de tentar se destacar por um trabalho impecável, acaba atrasando prazos, entregando tarefas mal feitas. Quando ela não consegue a promoção, por motivos óbvios, afirma que não desejava aquela promoção, que tem outros objetivos.
3 – Culpabilidade
Neste tipo de autossabotagem, a pessoa entra num ciclo infinito de culpa. Ela se culpa por tudo pois, dessa forma, não precisa lidar com o julgamento alheio. É o caso das pessoas que impõem padrões extremamente altos para si mesmas como, por exemplo, aquela pessoa que passa horas na academia buscando um corpo irreal, e que se culpa por não comer pouco o suficiente ou treinar o bastante para alcançá-lo quando, na verdade, o padrão é que é inatingível.
4 – Procrastinação
Este é um dos tipos de autossabotagem mais conhecido de todos. A pessoa que procrastina costuma se sentir incapaz de realizar atividades e tarefas. E então, o que ela faz? Adia ao máximo a realização destas tarefas. No entanto, o resultado é que frequentemente se sobrecarrega por esta falta de organização, precisando dar conta de uma quantidade alta de tarefas num período curto de tempo. Além disso, acaba fazendo estas atividades e tarefas malfeitas, por não ter tido tempo de fazê-las adequadamente. E isso aumenta sua sensação de incapacidade, pela entrega de um resultado ruim.
5 – Inconstância
A pessoa inconstante costuma não terminar o que começa. Se matricula na academia, e não frequenta – mas a mensalidade está caindo no cartão todo mês. Vai em uma nutricionista, mas não segue o plano alimentar. Se inscreve em um concurso, mas não estuda. Ao não terminar estas tarefas, ela se protege do fracasso, afinal de contas, o que não é feito não pode sair errado, não é mesmo? Acontece que, infelizmente, ela acaba se protegendo do sucesso também pois é impossível ter sucesso em algo que você sequer tentou.
6 – Medo
O medo é um sentimento comum a todos nós. Quando em “doses” saudáveis, ele é muito útil, pois pode nos proteger de situações perigosas. No entanto, neste caso, o medo é paralisante e impede a pessoa de realizar coisas importantes para seu desenvolvimento. É o caso da pessoa que viu uma pinta nova, mas não vai ao dermatologista por medo de ser câncer. Que não faz exames por medo de descobrir doenças. Que não aprende a dirigir por medo de atropelar alguém. E a lista é longa.
A autossabotagem pode ter uma função
Veja bem, a autossabotagem tem uma função na sua vida. Ela é um mecanismo de defesa meio exagerado, digamos assim. O seu cérebro quer te proteger de determinados sentimentos, porque foram traumáticos para você no passado. No entanto, às vezes ele pesa a mão nessa superproteção. Cabe aqui um texto que a psicóloga Cecília Dassi (@cecilia.dassi) compartilhou há algum tempo em seus stories do Instagram, como resposta a uma pessoa que pediu dicas para quem se autossabotar:
“Não sei vocês, mas pra mim, a PRIMEIRA coisa que vem à mente quando ouço/leio “sabotagem” é filme de ação com espião ou agente duplo sabotando o inimigo para destruí-lo. Se você acredita que há um inimigo DENTRO de você tentando te destruir eu acho bem difícil não ficar ansioso (afinal, ansiedade é uma resposta de alerta quando se acredita que há um perigo, né?). Se o perigo está DENTRO de você, ferrou, né? Não tem como fugir.
Tente olhar para o que você tá chamando de “autossabotagem” e se perguntar que função esse comportamento pode estar tendo pra você, do que ele pode estar tentando te proteger enquanto te traz consequências negativas como efeito colateral. Seu cerebrinho não é seu inimigo, ele quer te preservar, mas às vezes erra a mão no estrago que ele tá disposto a causar pra isso.”
Esse pensamento nos permite ver que se autossabotar sim, é algo ruim, sim, pode nos prejudicar, mas que, no entanto, é uma forma de proteção. Você não se odeia, seu corpo não te odeia, seu cérebro não te odeia. Você apenas precisa aprender e construir outros padrões de comportamentos mais gentis com você mesmo.
Como parar de se autossabotar
O primeiro passo, definitivamente, é reconhecer o problema. Depois que você reconheceu esse padrão de comportamento, o ideal é buscar ajuda de um psicólogo. Ele é o melhor profissional para te ajudar a reeducar o seu “cerebrinho” e, então, reverter estes padrões. Tudo sempre com muito carinho. Dessa forma, você será capaz de vencer seus medos e inseguranças e, então, trilhar passo a passo o caminho do sucesso, do jeitinho que você merece.