A autossabotagem é algo mais comum do que se imagina. E quem sabe você esteja promovendo isso sem nem perceber. Isso porque, na maioria das vezes ela é imperceptível. Está presente em pequenas atitudes do dia a dia, de uma forma tão “discreta” que simplesmente parece natural. Mas não é.
Para você ter uma ideia, a autossabotagem está por trás de atitudes que prejudicam não apenas a vida particular da pessoa, mas seu trabalho e seus relacionamentos. Ela tem um potencial devastador enorme. Por isso é preciso prestar atenção aos detalhes do dia a dia.
Para que você consiga entender – e reconhecer – a autossabotagem, trouxemos este artigo bem completo. Ele vai te ajudar a entender o conceito por trás da autossabotagem. Além disso, vai te permitir analisar seu cotidiano e conseguir perceber se você está ou não se autossabotando. E, ao final, traremos dicas para você lutar contra ela!
O que é autossabotagem
Antes de mais nada, vamos entender a raiz dessa palavra. “Auto” é um prefixo grego que identifica algo que é próprio. Já “sabotagem” tem a ver com o ato ou efeito de sabotar, dificultar, prejudicar uma atividade. Nesse sentido, autossabotagem é agir contra si mesmo. Trocando em miúdos: o indivíduo mesmo se prejudica, atrapalhando suas tarefas.
A autossabotagem se caracteriza por uma série de atitudes que tomamos e pensamentos que alimentamos que, muitas vezes de forma automática, colocam empecilhos à frente de nossos objetivos. Muitas dessas atitudes inclusive nos impedem de realizar diversas coisas. Com esses pensamentos negativos, nossas ações acabam indo de encontro aos nossos principais objetivos de vida, nos fazendo agir contra eles, e não a favor.
Contudo, como dissemos, muitas vezes isso não é feito de forma totalmente consciente. Porque, normalmente, a pessoa que se autossabota não se dá conta disso – ou não quer. E, quando alguém aponta a situação, nega que esteja fazendo. Nesse sentido, para buscar a melhora, é preciso conseguir identificar o problema e ter consciência dele e também das suas consequências.
Ela pode ter raízes na infância
Estas atitudes geralmente se originam na família ou em traumas que aconteceram na infância ou adolescência. É na infância e na adolescência que nos construímos enquanto indivíduos. Nessa fase formamos nosso caráter, e também a visão que temos a nosso respeito.
Nesta época somos expostos a muitas influências positivas. Contudo, também ficamos mais sensíveis a traumas que impactam bem mais profundamente. Também desenvolvemos traços de caráter, geralmente herdados de nossa família, pela convivência. No entanto, muitas vezes estas mesmas pessoas, que deveriam nos cuidar e proteger, acabam nos trazendo diversos sentimentos como culpa, rejeição, abandono, menos valia, baixa autoestima, entre outros.
Cada indivíduo é único, e há alguns que são mais sensíveis a influências externas que outros. Dessa forma, acabam mais sensíveis à opinião dos outros, às suas atitudes e influências e isso pode ter um impacto positivo em algumas situações, mas também muito negativo em outras. Essa sensibilidade, quando excessiva, é grave, pois pode levar à depressão, ansiedade e mesmo obesidade, hipertensão e diabetes, por exemplo.
Há casos mais extremos em que o indivíduo pode ter atitudes de automutilação, numa busca por se machucar, se punir, lutando fisicamente contra seu próprio sucesso e felicidade.
Essa é uma situação muito grave, e por isso não deve ser ignorada. Ao identificar os sintomas é preciso buscar ajuda psicológica. Dessa forma será possível trabalhar no sentido da promoção da autoestima, autoaceitação e autovalorização. E, assim, conseguir uma vida mais plena, de sucesso e feliz.
Como identificar a autossabotagem em 6 passos
Há diversos sinais de alerta que emitimos e que, se observados com atenção, nos ajudam a identificar atitudes de autossabotagem em nós. Vejamos os 6 principais:
1. Atitudes negativistas
Se você é o tipo de pessoa que sempre vê o lado negativo de tudo, hora de acender uma luzinha vermelha aí! Estes pensamentos negativistas impedem que consigamos comemorar nossas vitórias e conquistas – e a dos outros também. Sendo negativo você não percebe seus progressos, evoluções e não consegue ver todas as coisas boas que normalmente acontecem na vida de todos.
Além de ser desanimadora, esse tipo de atitude também faz com que percamos o foco naquilo que realmente importa. A consequência é que nossos projetos não andam e constantemente dão errado. Afinal de contas, gastamos energia nos pontos negativos do processo ao invés de trabalhar na realização de algo.
2. Medo do erro
Todos erramos. O erro faz parte do nosso dia a dia, e é normal. O medo inclusive pode ser nosso amigo, pois nos ajuda inclusive a preservar nossa vida. Contudo, quem se autossabota tem no medo do erro seu principal inimigo.
Esse medo mina sua segurança e faz com que a pessoa deixe de investir em projetos que realmente a fariam feliz, por medo. Ela sente que é incapaz de conseguir ou que não é digna disso. Esse excesso de medo estagna a vida do indivíduo, e prejudica profundamente seu cotidiano e suas relações.
3. Procrastinação
Se há um sinal clássico da pessoa que se autossabota, ele é a procrastinação. Quem procrastina enrola em atividades importantes, se distrai com coisas fúteis e então acaba tendo que realizar muitas tarefas de última hora. E todos sabemos que aquilo que é feito de última hora jamais sai da melhor forma. Assim sendo, a produtividade e a eficiência são severamente afetadas. Surgem então erros que minam ainda mais a segurança da pessoa.
Além disso, a procrastinação gera muita ansiedade, pois a pessoa se vê frequentemente com acúmulo de tarefas e prazos curtos, pois foi empurrando as atividades “com a barriga”.
4. Querer dar conta de tudo
Outra característica clássica da pessoa que se autossabota é insistir em fazer tudo sozinha. É uma forma que a pessoa encontra de se sentir no controle. No entanto, ela acaba sobrecarregada, o que gera mais ansiedade ainda.
Por normalmente ser uma pessoa também muito controladora, ela acredita que os outros não são capazes de realizar as tarefas a contento, não delega atividades, e acaba se sobrecarregando. O resultado é um trabalho inferior e a desculpa para isso é que “teve que fazer tudo sozinha”. No entanto, ela mesma escolhe fazer tudo sozinha.
5. Comparar-se com os outros constantemente
A comparação é uma outra forma de se inferiorizar. A pessoa que se autossabota se compara com familiares e amigos, se sentindo sempre inferior a estes. Ela também se compara com pessoas nas redes sociais e sente-se sempre pior, mais incapaz. Ela é incapaz de perceber que tudo o que vemos são recortes da vida dos outros, que todos têm problemas e vida perfeita não existe.
Nesse sentido, nossa própria mente luta para criar esse sentimento de inferioridade. Dessa forma, nada do que fazemos, somos ou temos parece ser bom o suficiente. Porque, nessa situação, há a crença de que o outro sempre será melhor.
6. Vitimização
Nessa situação a pessoa se coloca como a legítima “vítima do mundo”. Ela sempre procura justificativas para o quanto sofre. E, normalmente, essas justificativas têm a ver com o outro, nunca com atitudes próprias.
Quem se vitimiza faz inferências erradas na fala do outro. Entende errado e de forma negativa tanto palavras quanto atitudes alheias. Tudo isso para conseguir algum tipo de gratificação: acolhimento, cuidado, atenção, menos cobranças etc.
Como parar de se autossabotar – 10 dicas para você

Apesar de ser uma situação muito difícil, a boa notícia é que é possível tratar estas questões. O primeiro passo é o autoconhecimento. Observar atentamente nossas atitudes para entendê-las pode ajudar a identificar essas situações. A partir disso, você consegue o mais importante: perceber que está se autossabotando. E a partir disso consegue se ajudar e pedir ajuda.
Para melhorar, temos aqui 10 dicas que podem te ajudar muito:
- Se responsabilize por suas atitudes e tenha um propósito;
- Estabeleça metas e estratégias claras para aquilo que você deseja fazer;
- Procure identificar o que leva você à autossabotagem;
- Trabalhe no sentido de fortalecer sua autoestima;
- Faça terapia, que é uma das melhores formas de se conseguir ajuda efetiva;
- Encare as mudanças da sua vida com seriedade, responsabilidade e dedique-se a elas;
- Procure sempre fazer seu melhor em tudo – mas entenda que a perfeição não existe;
- Entenda os erros como naturais à vida;
- Valorize seus pontos positivos;
- Tenha boas companhias – pessoas em quem você confia e que afloram o que há de melhor em você.
Com as dicas deste artigo em mãos você será capaz de identificar se tem algo de autossabotador em você. E, se identificar, poderá buscar a melhora para ter uma vida mais plena e repleta de significado.
Afinal de contas, você merece ser feliz.
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